NoFap: Uma jornada de percepção e experimentação corporal

Relato 1 - Ressignificação

Hoje faz uma semana que estou sem me masturbar. Ficar dias ou semanas nunca foi exatamente um problema, então ainda estou em território conhecido. Mas estabelecer uma jornada de 3 meses me fez questionar algumas coisas que antes nunca me dei o trabalho de pensar sobre.
A masturbação é um ótimo exemplo de como a sociedade nos influência na adolescência, visto que a maioria de nós começou tal prática ainda muito jovem mas não exatamente por curiosidade pelo seu próprio corpo mas porque é um padrão extremamente reproduzido e normalizado entre meninos que não é falado abertamente e muito menos ensinado a ter essa experiência sem corrompê-la.
Eu particularmente não vejo problema na masturbação em si, para mim, o problema começa quando a tornamos um lazer, simplesmente algo mecânico que entre pornografia e gozadas rápidas agora existe um vazio. A masturbação deveria ser uma prática de experienciação corporal, ouso até dizer que, de amor próprio. Mas que em algum se torna para maioria das pessoas uma degeneração de algo que um dia foi uma experiência linda e impar. Esvaziada de significado que agora fala com certo orgulho que "bateu umas 3" no dia.
Para mim essa jornada NoFap será um grande caminho de descontrução e reconstrução mental, comportamental e física. No fim, espero me tornar uma pessoa uma pessoa que saiba experimentar o próprio corpo de forma respeitosa e saudável.

 

Obrigado, juntos conseguiremos!

 

Obrigado! Espero que você também consiga!

 

Relato 2 - (DES)CULPA

Hoje percebi que a jornada NoFap é também uma jornada para se perdoar!
Refleti como os pensamentos que estive tendo desde o início desta meta possuem um teor culpabilizador, é como se essa caminhada fosse um tipo sentença punitiva pelas práticas e atitudes que tive anteriormente. Esses pensamentos tentam me fazer acreditar que é minha culpa. De fato eu executei as ações responsáveis por me trazer até aqui, porém agora consigo enxergar que na verdade é que a culpa é de uma sistema muito maior que eu, que você, que nós.
Preciso aceitar a realidade em que estou agora, a aceitação é o primeiro passo para a recuperação. Negar a realidade é a fonte do medo e vulnerabilidade que tenho sentido, é mais uma artimanha da mente para me fazer fracassar, para me fazer ficar nesse looping de dor e julgamento. Por isso, acredito que me libertar desse sentimento de culpa é um passo importante nessa jornada, não têm espaço para culpa onde há libertação.
Aqui e agora dou o primeiro passo nessa direção, mas antes me peço pedir desculpa por permitir alimentar esses pensamentos negativos.
As vezes essa jornada pode parecer solitária, onde você se vê como vilão de si mesmo. Mas a verdade é que você tem a você mesmo, ai dentro de você existe um herói, pois de onde mais viria a força para encarar essa jornada? Seu super poder é o autocuidado. Seja carinhoso e compreensivo consigo. Essa jornada não precisa ser um caminho de dor e medo. Não estou dizendo que será sempre fácil, existem mutas armadilhas. Mas tente enxergar as armadilhas como pontos de checagem de sua força, você é forte, lembre-se, existe uma herói em você.
Escrever esse relato me deixou mais leve e seguro! Espero que também ajude alguém.
Fiquem fortes! Até mais

 

É isso, nossos relatos nos fortalecem! Vamos juntos.

 

Sim, continuarei, juntos nos fortalecemos!
Respondendo o outro comentário, desde que escrevi não me sinto mais culpado e os pensamentos de culpa já não me perseguem. Vale a pena colocar as angústias pra fora.

 

Relato 3- Percepções

Pensamentos passageiros vieram e foram varias vezes desde meu último post. Felizmente nenhum deles foi capaz desejar praticar os antigos hábitos. O efeito foi bem ao contrário, me trouxe novas percepções acerca do vício de assistir P* e me M*. Notei que a para mim ambas estão intimamente conectadas, se eu penso em M* automaticamente eu já penso que preciso da P*, e isso e simplesmente ridículo. São coisas muito diferentes. Neste contexto, fiz uma retrospectiva muito grande de como era os momentos em que me M*. Primeiro notei que a maioria da vezes era uma decisão racional, um modo de fugir do tédio, cansaço, estresse. Poucas vezes foram para alivio de tesão. O segundo ponto foi o fato de que as M* se tornaram extremamente mecânicas e tediantes pois era procurar a P* que deseja e em alguns minutos depois goza. Não havia mais um ápice de prazer e provavelmente a própria sensibilidade de genital deve ter diminuído. Terceiro ponto: Antes de decidir largar a M* e P*, notei que isso tudo poderia estar afetando a obtenção de ereções realmente completas, acho que minha mente/corpo deve ter notado que a intenção era gozar e já não mais o prazer então as ereções seriam apenas o suficientes pra ejacular e provavelmente um caminho para adquirir ejaculação precoce. Mas o que me fez decidir parar com esse ciclo todo, foi porque estava tomando um remédio que como efeito colateral pode causar a disfunção erétil e comecei a ter. Mas eu estava e estou em um momento sem líbido, então fiquei extramente confuso se era o remédio, se era porque estava sem líbido ou se era a P*. No fim, fiquei confuso e decidi parar com tudo. Então, recentemente decidi verificar se era o efeito do remédio ou P*. Então, simulei uma M* (sem P*) e notei que era extramente difícil manter a ereção apenas com pensamentos e basicamente todos recorriam a antigos videos que gostava de assistir. Foi ai que vi como minhas ereções estão vinculadas a grandes estímulos como P*, tanto foi que a na minha primeira polução noturna (tive 2) o sonho que tive foi praticamente uma P*. Ainda me sinto confuso mas não penso mais se existe ou não uma disfunção erétil. Por mais que inicialmente a jornada foi uma caminho de fugir da frustração da tentativas de M* e não conseguir, agora entendi que um é um caminho no qual quero permanecer e que independente de tudo foi e é um ótima decisão.
Enfim, até o momento não tive gatilhos ou recaídas. A jornada até aqui tem sido tranquila. Em partes devido a minha própria determinação.

 

Hoje faz 30 dias sem M* e P*, o que representa 1/3 da meta mínima. Estou feliz e confiante. Essa é a thread de hoje.